Ah! Ser indiferente!
É do alto do poder da sua
indiferença
Que os chefes dos chefes dominam o
mundo.
Ser alheio até a si mesmo!
É do alto do sentir desse alheamento
Que os mestres dos santos dominam o
mundo.
Ser esquecido de que se existe!
É do alto do pensar desse esquecer
Que os deuses dominam o mundo.
(Não ouvi o que dizias...
Ouvi só a música e nem essa ouvi...
Tocavas e falavas ao mesmo tempo...
Com quem?
Com alguém em quem tudo acabava no
dormir do mundo...)
ÁLVARO DE CAMPOS, 12 DE JANEIRO DE
1935
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