sexta-feira, 31 de outubro de 2008

HETERÓNIMOS III




De cima para baixo: Alberto Caeiro, Ricardo Reis
e Álvaro de Campos, vistos por Almada Negreiros, -
- Átrio da Faculdade de Letras da Universidade de
Lisboa.


O Poeta, segundo os depoimentos dos que mais de perto com ele lidaram, muito especialmente da irmã Henriqueta Madalena, a Teta, como carinhosamente ele lhe chamava, não era um tímido. Tinha uma vida interior tão intensa que, muitas vezes, mesmo em família, parecia que se ausentava e que se alheava de tudo o que se passava á sua volta. No entanto era muito dedicado aos sobrinhos, entrando nas suas brincadeiras, inventando jogos e escrevendo poemas só para eles.(A sua sobrinha, Manuela Nogueira, juntou esses poemas num livro a que chamou “O melhor do mundo são as crianças”, editado por Assírio & Alvim).

Não era alegre e expansivo, embora fosse um excelente conversador, usando de uma fina ironia que, muitas vezes, se transformava num humor inteligente e contido. Aliás, toda a Obra do Poeta está cheia dessa subtil ironia.

O que ressalta neste quadro é, sem dúvida, a intensidade da sua vida interior. Dotado de uma inteligência invulgar, todas as questões que inquietam a Alma humana, eram por ele dissecadas, analisadas, não só através da sua lógica espontânea, mas também, através de exercícios impressionantes de perspectivações através da lógica oposta, da intermédia, ou doutra qualquer que ele concebesse como possível.

Este exercício permanente que, desde o fim da sua adolescência, passou a fazer parte da sua rotina de vida, se assim se lhe pode chamar, conduziu a uma capacidade de despersonalização completamente invulgar. Capacidade essa que o levou a conviver, interiormente, com uma série de personagens distintas no seu modo de encarar a vida e, porque era Poeta, distintas também no seu modo de se exprimir. O Fernando Pessoa era um raciocinador tremendo; deixou uma enorme quantidade de textos longamente trabalhados mas raramente terminados, a que chamava chamava, “policiários”, onde surge uma figura carismática, o Dr. Quaresma, que nos enreda em raciocínios completamente irrefutáveis… Desse exigente racionalismo tinha que nascer o seu oposto. E nasceu, com o nome de Alberto Caeiro…

Li hoje duas páginas
Do livro dum poeta místico,
E ri como quem tem chorado muito.

Os poetas místicos são filósofos doentes,
E os filósofos são homens doidos.

Porque os poetas místicos dizem que as flores sentem
E dizem que as pedras têm alma
E que os rios têm êxtases ao luar.

Mas as flores, se sentissem, não eram flores,
Eram gente;
E se as pedras tivessem alma, eram coisas vivas, não eram pedras;
E se os rios tivessem êxtases ao luar,
Os rios eram homens doentes.

É preciso não saber o que são flores e pedras e rios
Para falar dos sentimentos deles.
Falar da alma das pedras, das flores, dos rios,
É falar de si próprio e dos seus falsos pensamentos.
Graças a Deus que as pedras são só pedras,
E que os rios não são senão rios,
E que as flores são apenas flores.

Por mim, escrevo a prosa dos meus versos
E fico contente,
Porque sei que compreendo a Natureza por fora;
E não a compreendo por dentro
Porque a Natureza não tem dentro;
Senão não era Natureza.

(Poema XXVIII)



Era uma voz interior que o impelia para a aceitação da Natureza, tal como os nossos sentidos dela tomam conhecimento; tudo é apenas o que parece, no que a nós aparece. Querer ver para lá disso, será inventar uma outra Natureza. Esta toada serena, embalava-o como a sua saudosa velha ama o embalava em criança. O Alberto Caeiro, são os olhos de criança do Fernando Pessoa. Esta voz interior, soou a pacificação mas nunca podia conduzir á Paz. E não conduziu.

Primeiro sentiu a necessidade de tornar mais subtil e aprofundada essa visão estática e essa aceitação redutora e linear, depois, mantendo o mesmo tema, enriqueceu-o com um ritmo e uma melodia diferentes. Era a chegada do Ricardo Reis: não era pastor de pensamentos, como o Caeiro, mas vivia nos prados da Arcádia.

E extasiou-se e extasiou-nos a nós, com a beleza superior de uma aceitação intelectualizada, nascendo de dentro e explicando-se com a perfeição da forma dos grandes poetas latinos. Estóico ou epicurista, – ou talvez ambas as coisas –, falou mais da Natureza, das flores, dos rios, das árvores e do aconchego que a suas sombras concedem, mas falou também da Cleo, da Lídia, da Neera, e do seu amor por elas, como se elas existissem e o amor fizesse parte da Natureza, como as árvores, as flores e os rios. Tudo no presente, olhando sempre o passado saudosamente, mas ignorando intencionalmente o futuro, ou até mesmo, se virá a haver futuro; pensar para lá do momento que passa, é inútil e é doloroso.


Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio.
Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos
Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.
(Enlacemos as mãos).

Depois pensemos, crianças adultas, que a vida
Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa,
Vai para um mar muito longe, para ao pé do Fado,
Mais longe que os deuses.

Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos,
Quer gozemos, quer não gozemos, passamos como o rio.
Mais vale saber passar silenciosamente
E sem desassossegos grandes.

Sem amores, nem ódios, nem paixões que levantam a voz,
Nem invejas que dão movimento de mais aos olhos,
Nem cuidados, porque se os tivesse o rio sempre correria,
E sempre iria ter ao mar.

Amemo-nos tranquilamente, pensando que podíamos,
Se quiséssemos, trocar beijos e abraços e carícias,
Mas que mais vale estarmos sentados ao pé um do outro
Ouvindo correr o rio e vendo-o.

Colhamos flores, pega tu nelas e deixa-as
No colo, e que o seu perfume suavize o momento –
Este momento em que sossegadamente, não cremos em nada,
Pagãos inocentes da decadência.

Ao menos, se for sombra antes, lembrar-te-ás de mim depois
Sem que a minha lembrança te arda ou te fira ou te mova,
Porque nunca enlaçamos as mãos, nem nos beijámos,
Nem fomos mais do que crianças.

E se antes do que eu levares o óbolo ao barqueiro sombrio,
Eu nada terei que sofrer ao lembrar-me de ti.
Ser-me-ás suave à memória lembrando-te assim – à beira rio,
Pagã triste e com flores no regaço.



(12-6-1914)




A melodia transformara-se em sinfonia: novas palavras, novos sons, novas cores e era o Fernando Pessoa a surgir do azul profundo! Era o grande Poeta a sentir que os caminhos eram muitos e que era preciso percorrê-los a todos, fosse ou não impossível fazê-lo. Mas compreendeu que ser assim, pagão triste e com flores no regaço, era esconder-se da vida que tinha quotidianamente de viver. Era como que um regresso ao quarto dos brinquedos e à ternura da velha ama. Mas chamavam-no lá de fora. Ouvia os ruídos da Vida a passar e sabia que tinha que ir.

E foi. Surgiu então o Avaro de Campos com o seu sensacionismo cosmopolita, o que viajara pelo golfo de Suez, mas que continuaria sempre a cantar Lisboa e o seu Tejo ancestral. O que virara as costas à plácida Natureza, e sentia com a alma, os navios que saiam pela barra, as máquinas que os faziam mover, os ruídos que enchiam as cidades, e queria ser tudo em todos os momentos e sentir tudo de todas as maneiras. E, então a sinfonia tornara-se mais rica e a orquestra enchia o mundo com a harmonia de todos os seus instrumentos. A música impossível, nascera!

O Álvaro de Campos era o Fernando Pessoa virado do avesso! Mas o Poeta deixou escrito:

“Pus no Caeiro todo o meu poder de despersonalização dramática, pus em Ricardo Reis toda a minha disciplina mental vestida da música que lhe é própria, pus no Álvaro de Campos toda a emoção que não dou a mim nem à vida”.

Atrevo-me a uma alteração: o Álvaro de Campos é toda a emoção que o Fernando Pessoa realmente sentiu e que, sem essa ajuda, nunca deixaria que se exteriorizasse.


Não: não quero nada.
Já disse que não quero nada.

Não me venham com conclusões!
A única conclusão é morrer.
Não me tragam estéticas!
Não me falem em moral!
Tirem-me daqui as metafísicas!
Não me apregoem sistemas completos, não me enfileirem conquistas
Das ciências, (das ciências, Deus meu, das ciências!) –
Das ciências, das artes, da civilização moderna!

Que mal fiz eu aos deuses todos?

Se têm a verdade, guardem-na!

Sou técnico, mas tenho técnica só dentro da técnica.
Fora disso sou doido, com todo o direito a sê-lo.
Com todo o direito a sê-lo, ouviram?

Não me macem, por amor de Deus!

Queriam-me casado, fútil, quotidiano e tributável?
Queriam-me o contrário disto, o contrário de qualquer coisa?
Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade.
Assim, como sou, tenham paciência!
Vão para o diabo sem mim.
Ou deixem-me ir sozinho para o diabo!
Para que havemos de ir juntos?

Não me peguem no braço!
Não gosto que me peguem no braço. Quero ser sozinho.
Já disse que sou sozinho!
Ah, que maçada quererem que eu seja de companhia!

Ó céu azul – o mesmo da minha infância –
Eterna verdade vazia e perfeita!
Ó macio Tejo ancestral e mudo,
Pequena verdade onde o céu se reflecte!
Ó mágoa revisitada, Lisboa de outrora de hoje!
Nada me dais, nada me tirais, nada sois que eu me sinta,

Deixem-me em paz! Não tardo, que eu nunca tardo…
E enquanto tarda o Abismo e o Silêncio quero estar sozinho.


(Lisbon revisited - 1923)


Referi sinfonia e orquestra, por entender que a Obra do Fernando Pessoa é una e indivisível, como una e indivisível é a sinfonia criada pela harmonia das diferentes melodias tocadas pelos diversos instrumentos, de corda, de sopro ou de percussão; partes diferentes que se harmonizam num todo único. Escrita com uma grande beleza, em vários tons, variando a altura, a intensidade e o timbre, na criação de uma harmonia, que vem de dentro de uma só alma, – a alma do Poeta Fernando Pessoa.

Os Heterónimos, são estados de Alma. Estados da mesma Alma. Da única Alma. Da Alma do Fernando Pessoa.
O resto, é mais uma criação do Poeta no palco imenso da sua imaginação: personagens criados por um dramaturgo, como o Rei Lear ou o Hamlet, criados pelo Shakespeare, com gestos e falas, que os definem e caracterizam, outorgados pelos seus criadores. Chamou-lhe, o nosso Poeta, “drama em gente”. Drama que se representou, em estreia, dentro do seu criador, decerto extasiado e talvez até surpreso, por tão mágica aparição. E depois, só depois de cuidar de todos os detalhes desta peça dramática, deixar que o Mundo a ela assistisse e dela participasse.

A famosa “Carta dos Heterónimos” foi o Aviso da Boa Nova e o Adolfo Casais Monteiro, o Arauto que o Fernando Pessoa escolheu para o levar ao Mundo. E assim se fez.



quarta-feira, 15 de outubro de 2008

OS HETERÓNIMOS II

É impossível falar de Fernando Pessoa, sem abordar o inultrapassável tema dos Heterónimos.

Quando em 1942 a editorial Ática, como refiro mais atrás, começou a publicar uma colecção intitulada, "Obras Completas do Fernando Pessoa", para o público anónimo, foi, decerto muito surpreendente que o 2º, o 3º e o 4º volumes, aparecessem como tendo a autoria, respectivamente, de Álvaro de Campos ("Poesias"), de Alberto Caeiro ("Poemas") e de Ricardo Reis ("Odes"). Muitos terão perguntado, na ignorância da obra do grande poeta,natural nessa época : então, é Fernando Pessoa, ou é Álvaro de Campos, ou é Alberto Caeiro ou é Ricardo Reis?

Recordemos que, até essa altura, apenas tinha sido editado um único livro do Fernando Pessoa: a "Mensagem", em 1934. Havia muitos poemas dispersos por inúmeras revistas de arte, mas a difusão dessas publicações era, como ainda hoje continua a ser, restrita a um pequeno círculo de intelectuais.

Essa surpresa, como também já referi, não só, não foi esclarecida pela crítica, com a publicação, sucessiva, de diversas Obras dedicadas ao Poeta, como ainda foi adensada, intelectualizada, levando para o debate universitário aquilo que, pela sua simplicidade de base, deveria ter merecido uma abordagem simples e clara, para uso do grande público leitor. Criou-se e alimentou-se um mistério que nunca mais abandonou o estudo da Obra do F. Pessoa por todo Mundo: dos Estados Unidos ao Japão, ou à China, passando por todos os continentes. Quando, em 1988, foi organizado, em Lisboa, um Congresso Internacional, na comemoração do centenário do nascimento do Poeta, que reuniu os maiores especialistas das mais variadas nacionalidades, a maioria das comunicações apresentadas, abordavam o tema dos Heterónimos… Em meu entender foi a primeira vez que ultrapassaram alguns tabus, de que, mais adiante, darei conta.

Dizia o Fernando Pessoa: “
O Mito é o nada que é Tudo”. O Mito, aqui, é aquilo a que toda a gente chama “a famosa carta dos Heterónimos”. Uma carta escrita pelo Poeta, em 13 de Janeiro em 1935, para o Adolfo Casais Monteiro, então um jovem director da revista coimbrã, “Presença”
.

O texto desta carta foi sendo considerado, ao longo dos tempos, como sagrado e inquestionável. Nele, e como resposta a um pedido feito pelo Casais Monteiro, por sua carta de 10 desse mesmo mês, o Fernando Pessoa, em oito longas páginas dactilografadas, usa metade desse texto para dar uma explicação para a sua heteronomia e para caracterizar, poeticamente, psicologicamente e até (?) fisicamente, os seus três mais conhecidos heterónimos.

A leitura completa dessa carta é muito importante para quem pretenda compreender completamente, tudo o que irá ser escrito de seguida. E essa leitura pode ser feita no livro de Adolfo Casais Monteiro, “Páginas de doutrina estética”, 1946, no livro de João Gaspar Simões, “Vida e Obra de Fernando Pessoa. História de uma geração”, 1950 (vol. II) , no volume da Edição Crítica do Fernando Pessoa, da Imprensa Nacional de 1988, “Cartas entre Fernando Pessoa e os directores da Presença”, edição e estudo de Enrico Martines . e, ainda, no nº 49 (Junho de 1937) da revista “Presença”.

Começo por cometer o “sacrilégio” de pôr completamente em causa o sentido literal de tudo quanto o Poeta diz sobre a génese dos seus principais heterónimos.

Explicando-me: o Fernando Pessoa era um correspondente muito relapso e disso se estava sempre a desculpar a todos para quantos escrevia. Demorava sempre, ou quase sempre, semanas, quando não eram mesmo, meses, a responder, sob as mais diversas alegações: problemas familiares, doenças, falta de sentido de concentração, amargura e solidão… E era, realmente assim que corria a vida real do Fernando Pessoa. Amarguras e depressões que ele procurava esconder dos seus companheiros dos cafés que frequentava e que percorria, como se tal fosse um rito que o ajudasse a viver.

Ora a célebre carta, que a Edição Crítica analisa nas suas duas versões, agora existentes no espólio, na Biblioteca Nacional, – o original, recebido pelo Casais Monteiro e a cópia, a papel químico, que o Fernando Pessoa tirou, como tirava sempre das cartas que considerava como mais importantes –, tem a data de 13 de Janeiro e responde à carta do Casais Monteiro de, 10 do mesmo mês. Portanto, mesmo “na volta do correio”! O que é um espanto, quer pelos seus hábitos epistolares, quer pela extensão do texto, e quer ainda pela precisão dos detalhes já referidos. Daí que seja perfeitamente razoável retirar uma primeira ideia: o tema estava perfeitamente estudado e preparado, aguardando a melhor e a mais “rentável oportunidade”,( do ponto de vista do autor), para ver a luz do dia. E ela surgiu com o pedido do jovem ensaísta, seu grande admirador, que pretendia escrever um livro sobre o Poeta Fernando Pessoa. Só mesmo assim podemos ultrapassar os incríveis três dias de diferença entre o pedido e a sua satisfação, sobretudo, sabendo que esse período se reduz a um dia, perante a normal demora do correio.

É difícil admitir que o jovem admirador do Poeta, tenha acreditado ,e atrás dele, muitos outros, menos jovens e mais sabedores, que tenha realmente existido “
O dia glorioso de 8 de Março de 1914," em que, depois de ter escrito, numa folha em branco, como título, “O Guardador de Rebanhos”, escreveu, de seguida e de um só fôlego, “trinta e tantos poemas” que constituem a maior parte da obra, "O Guardador de Rebanhos" do Alberto Caeiro, que assim, acabara de nascer. Parece que nem ele, nem os que se lhe seguiram, leram, um pouco antes, na mesma carta, esta frase, que até parece um aviso aos incautos:

Seja como for, a origem mental dos meus heterónimos está na minha tendência orgânica para a despersonalização e para a simulação.”

Por outro lado, à medida que mais estudiosos foram tendo acesso ao espólio pessoano, mais pontas soltas foram sendo encontradas. Só dois exemplos. Há um texto isolado, que podia ser destinado ao prefácio da Obra do Caeiro, em que Pessoa declara que no dia
13 de Março de 1914 escreveu “de um só hausto do espírito…grande número dos primeiros poemas do Guardador de Rebanhos”, embora na carta dos heterónimos tenha fixado, para esse efeito, o dia 8 do mesmo mês… Por outro lado, há, no espólio, poemas do Guardador de Rebanhos com datas de 4, 7, 8 e 11 de Março de 1914, os quais, somados aos poemas não datados também lá existentes, eleva para 24 o número de poemas escritos antes ou depois do “dia triunfal”…

Não me empenhei em arrasar um mito; apenas pretendi colocar uma certa ordem na questão da génese dos heterónimos. Se houve dia triunfal ou não, se foi no dia 8 ou no dia 13, tudo isso será importante para os filólogos e os exegetas encarregados de fazer a Edição Crítica da Obra de Fernando Pessoa; de posse dos textos originais, analisando a tinta e as características do bico do aparo ou aparos com que foram escritos, avaliando o tipo de papel utilizado como suporte para essa escrita, eles estão a pôr em prática as técnicas da ciência que estudaram. Nós, maravilhados leitores da Obra do Fernando Pessoa, precisamos de saber muito pouco desse tipo de coisas para “sentirmos” a sua poesia.

O ordenar a questão desta maneira mais clara, permite-nos avançar mais livremente na busca de uma explicação para a heteronomia do Fernando Pessoa.