O que de mim aparece
À janela de mim
De mim se esquece,
Não me é afim.
No que me mostro
Não me revelo,
Cubro o meu rosto
Com o mundo ainda,
quando me des-velo.
O sentido que tenho
Não tem nome,
Ninguém em mim.
Não ninguém por quem
meu ser me tome.
Mas quando a Aurora
De mim raiar,
Quando o dia que há
lá fora
De mim e não do sol
constar;
Quando as
"strelas
Dentro em mim alma
Constelarem, não suas
formas belas,
Mas o sentido que tem
de constelar,
Quando, no oceano
exterior
Eu tiver manhã,
E depois com um (…) a
dor
Serei quem sou, mas
não aqui,
Compreenderei, mas
não eu,
Memória eterna do que
também vi,
Eu terra, eu (…), e
eu céu,
Serei a imagem
verdadeira
Do eu irreal que aqui
estou,
A forma atávica e
primeira
Do que hoje sou,
A face toda olhar e
assombro,
Quando o oceano de
mim secar,
A Atlântida de mim,
sem (…) escombro,
Surgirá do fundo do
meu mar.
Mas isso quando?
Quando o (…)
E nasço no fim do
Ocidente
O sol encoberto, (…)
E em antemanhã que
cessa
Na cerração,
Raiar o fim da
promessa,
El-Rei D. Sebastião.
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