Flores o verão novo, e novamente Verdesce a cor antiga Das folhas redivivas. Não mais, não mais dele o infecundo abismo, Que mudo sorve o que mal somos, torna À clara luz superna A presença vivida. Não mais; e a prole a que, pensando, dera A vida da razão, em vão o chama, Que as nove chaves fecham, Da Stige irreversível. O que foi como um deus entre os que cantam, O que do Olimpo as vozes, que chamavam, Scutando ouviu, e, ouvindo, Entendeu, hoje é nada. Tecei embora as, que teceis, Grinaldas. Quem coroais, não coroando a ele? Votivas as deponde, Fúnebres sem ter culto. Fique, porém, livre da leiva e do Orco, A fama; e tu, que Ulisses erigira, Tu, em teus sete montes, Orgulha-te materna, Igual, desde ele às sete que contendem Cidades por Homero, ou alcaica Lesbos, Ou heptápila Tebas Ogígia mãe de Píndaro. |
RICARDO REIS, SEM
DATA
|
« Voltar
|
Sem comentários:
Enviar um comentário