Ó curva do horizonte,
quem te passa,
Passa da vista, não de
ser ou 'star.
Não chameis à alma, que
da vida esvoaça,
Morta. Dizei: Sumiu-se
além no mar.
Ó mar sê símbolo da vida
toda -
Incerto, o mesmo, e mais
que o nosso ver!
Finda a viagem da morte
e a terra roda,
Voltam a alma e a nau a
aparecer.
FERNANDO PESSOA, 11 DE
JANEIRO DE 1922
Sem comentários:
Enviar um comentário