CALMA
Que costa é que as ondas
contam
E se não pode encontrar
Por mais naus que haja
no mar?
O que é que as ondas
encontram
E nunca se vê surgindo?
Este som de o mar praiar
Onde é que está
existindo?
Ilha próxima e remota,
Que nos ouvidos
persiste,
Para a vista não existe.
Que nau, que armada, que
frota
Pode encontrar o caminho
À praia onde o mar
insiste,
Se à vista o mar é
sozinho?
Haverá rasgões no espaço
Que dêem para outro
lado,
E que, um deles
encontrado,
Aqui, onde há só
sargaço,
Surja uma ilha velada,
O país afortunado
Que guarda o Rei
desterrado
Em sua vida encantada?
FERNANDO PESSOA, 15 DE
FEVEREIRO DE 1934
Terceiro
CALMA
Que costa é que as ondas
contam
E se não pode encontrar
Por mais naus que haja
no mar?
O que é que as ondas
encontram
E nunca se vê surgindo?
Este som de o mar praiar
Onde é que está
existindo?
Ilha próxima e remota,
Que nos ouvidos
persiste,
Para a vista não existe.
Que nau, que armada, que
frota
Pode encontrar o caminho
À praia onde o mar
insiste,
Se à vista o mar é
sozinho?
Haverá rasgões no espaço
Que dêem para outro
lado,
E que, um deles
encontrado,
Aqui, onde há só
sargaço,
Surja uma ilha velada,
O país afortunado
Que guarda o Rei
desterrado
Em sua vida encantada?
FERNANDO PESSOA, 15 DE
FEVEREIRO DE 1934
Sem comentários:
Enviar um comentário