Das cousas como uma chama,
As árv'res, que o olhar ama,
São Cousas, nenhuma ignota.
Quando o crepúsculo vem,
(Faz as vidas mais vividas!)
As Árvores (vede bem!)
Já não são Cousas, mas Vidas.
Mas as Árvores, ateus
Ao sol-a-prumo do dia,
Quando vem a noite fria
São inteiramente Deus.
FERNANDO PESSOA, 1 DE MARÇO DE 1913
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