Em que de sentir-me vou,
Não sei quem é a minha alma
Nem ela sabe quem sou.
Entendê-lo? Tardaria.
Explicá-lo? Não.
E neste mal entendido
Entre quem sou e o que é eu
Vai todo um outro sentido
Que está entre a terra e o céu.
No intervalo nasce o mundo
Com sóis e estrelas sem fim.
Tem um sentido profundo.
Conheço-o. É fora de mim.
FERNANDO PESSOA, 31 DE MARÇO DE 1934
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