Assim que a noite as suas longas
Tranças encosta ao nosso olhar,
Deixa de novo despertar
A vida das tuas mão longas...
Hora em surdina incompleta, ar
Como uma haste partida, alongas
Meus olhos por as tua mãos longas
E sente-se a Hora parar...
A doença de cansar
Em nós o como ter agrado
Por tuas mão longas e o lado
Que elas ocultam no amplo ar...
Mãos longas e mais longo o ar...
FERNANDO PESSOA, 24 DE FEVEREIRO DE 1915
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