Na imensa solidão
De eu ser apenas eu,
Sentindo o coração
Como somente meu,
O vento me acompanha
Com seu ruído na noite
E eis-me só na montanha
Sob o divino açoite.
Não há contudo nada
Em meu torno senão
Solidão calada
E um som de coração.
FERNANDO PESSOA, 3 DE JULHO DE 1930
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