O DIA TRIUNFAL
8 DE Março de 1914
Parece necessário voltar a escrever o
essencial, sobre um tema que mereceu todo o detalhe, nas entradas que coloquei
neste blogue, a partir de 23 de Agosto de 2008. É que hoje faz 98 anos do “Dia
Triunfal”, – o tal dia em que, segundo o texto da famosa carta dos heterónimos,
que o Poeta escreveu para o jovem director da revista coimbrã, “PRESENÇA”,
Adolfo Casais Monteiro, em 13 de Janeiro de 1935, “escrevi, (ele, Pessoa), trinta e tantos
poemas fio, numa espécie de êxtase cuja natureza não saberei definir. Foi o dia
triunfal da minha vida e nunca poderei ter outro assim. Abri com o título “O
Guardador de Rebanhos”. (…) escritos que foram esses trinta a tantos poemas,
imediatamente peguei noutra folha de papel e escrevi, a fio também, os seis
poemas que constituem a “Chuva Oblíqua” do Fernando Pessoa. Imediatamente e
totalmente… Foi o regresso do Fernando Pessoa Alberto Caeiro a Fernando Pessoa
ele só.”
Na verdade, dos “trinta e tal poemas do
“Guardador de Rebanhos”, 24 foram escritos ou antes ou depois desse dia,
conforme os manuscrito encontrados nos papéis do Poeta. Por outro lado, no
espólio que nos deixou, há um texto que, possivelmente, se destinaria a
prefaciar esta obra atribuída ao Alberto Caeiro, e escrito pelo Fernando
Pessoa, que diz, a determinado passo: “Em 13 de Março de 1914 escrevi num só
hausto (…) grande número dos primeiros poemas de “O Guardador de Rebanhos”.
8 ou 13 de Março de 1914, pouco
importa para quem apenas se pretende maravilhar com a poesia do maior Poeta do
Século XX… Festejemos o dia de hoje como o Dia Triunfal. Já transcrevi o poema
“Chuva Oblíqua” e, como não é razoável a transcrição dos 49 poemas de “O
Guardador de Rebanhos” irei escolher um, para consagrar a data.
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