Este, seu escasso campo ora
lavrando,
Ora, solene, olhando-o com a vista
De quem a um filho olha, goza
incerto
A não-pensada vida.
Das fingidas fronteiras a mudança
O arado lhe não tolhe, nem o empece
Por que concílios se o destino rege
Dos povos pacientes.
Pouco mais no presente do futuro
Que as ervas que arrancou, seguro
vive
A antiga vida que não torna, e fica,
Filhos, diversa e sua.
RICARDO REIS, 16 DE NOVEMBRO DE 1923
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