FIO DE ÁGUA
Horas serenas,
Dias contentes,
Ligeiras penas
Indiferentes
Às almas rentes
Ânsias pequenas...
Porque mais ter
Do que estas mágoas,
Vida viver
Como a das águas,
Tocarem nas fráguas
Sem as mover...
Alma estagnada,
Ócio risonho
Vida mais grada.
Era tristonho...
Se tudo é sonho
E o sonho é nada...
FERNANDO PESSOA, 18 DE DEZEMBRO DE 1912
Sem comentários:
Enviar um comentário