Olha, Daisy, quando eu
morrer tu hás-de
Dizer aos meus amigos aí
de Londres,
Embora não o sintas, que
tu escondes
A grande dor da minha
morte. Irás de
Londres p'ra York, onde
nasceste (dizes...
Que eu nada que tu digas
acredito),
Contar àquele pobre
rapazito
Que me deu tantas horas
tão felizes,
Embora não o saibas, que
morri...
Mesmo ele a quem eu
tanto julguei amar,
Nada se importará...
Depois vai dar
A notícia a essa
estranha Cecily
Que acreditava que eu
seria grande...
Raios partam a vida e
quem lá ande!....
(A
bordo do navio em que embarcou para o Oriente,
Uns quatro meses antes do “Opiário”, portanto
Dezembro de 1913)
ÁLVARO DE CAMPOS, DEZEMBRO
DE 1913
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