Cada dia sem gozo não
foi teu
Foi só durares nele.
Quanto vivas
Sem que o gozes, não
vives.
Não pesa que amas, bebas
ou sorrias:
Basta o reflexo do sol
ido na água
De um charco, se te é
grato.
Feliz o a quem, por ter
em coisas mínimas
Seu prazer posto, nenhum
dia nega
A natural ventura!
RICARDO REIS, 14 DE
MARÇO DE 1933
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