Ouço sem ver, e assim, entre o
arvoredo,
Vejo ninfas e faunos entremear
As árvores que fazem sombra ou medo
E os ramos que sussurram de eu
olhar.
Mas que foi que passou? Ninguém o
sabe.
Desperto, e ouço bater o coração -
Aquele coração em que não cabe
O que fica da perda da ilusão.
Eu quem sou, que não sou meu
coração?
FERNANDO PESSOA, 24 DE SETEMBRO DE
1932
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