Sim, sei bem
Que nunca
serei alguém.
Sei de sobra
Que nunca
terei uma obra.
Sei, enfim,
Que nunca
saberei de mim.
Sim, mas agora,
Enquanto dura
esta hora,
Este luar, estes ramos,
Esta paz em
que estamos,
Deixem-me me crer
O que nunca
poderei ser.
RICARDO REIS,
SEM DATA
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sábado, 4 de abril de 2015
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