E o som só dentro do relógio
acentuado
No serão sem ninguém das casas de
jantar da província
Põe-me o tempo inteiro em cima da
alma,
E enquanto não chega a hora do chá
das tias velhas,
O meu coração ouve o tempo passar e
sofre comigo.
Tic-tac mais sonolento que o dos
outros relógios -
Na parede, de madeira, este tem
pêndulo e oscila.
O meu coração tem saudades não sabe
de quê.
Tenho que morrer...
Tic-tac mecânico e certo - serão
sereno mecânico na província...
ÁLVARO DE CAMPOS, POEMA SEM DATA
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