Colhe todas as rosas que
encontrares!
Colhe até as que sonhas;
com um laço
De erva comprida
prende-as regulares,
E, assim em feixes,
traze-as no regaço!
Vem até mim com essas
rosas plenas
E eu saberei, entre
elas, distinguir
As que são reais, porque
são mais pequenas,
E, maiores, as fora de
existir.
Mas é com realidade e
ilusão,
Com um feixe de flores
vindo e dado,
Que conseguimos dar ao
coração
O prémio inútil que lhe
nega o fado.
FERNANDO PESSOA, 18 DE
MARÇO DE 1934
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