Ritos que as Horas
Calmas
Ao entardecer
Fazem com as almas
Sem se conhecer...
E que em voos de ânsias
Põem espirituais
distâncias
Entre olhar e ver.
Turíbulos que a Tarde
Oscila no ar
Donde a névoa arde
Cor desde cansar...
Arco dos balanceados
Turíbulos os raios do
sol fechados
Na destreza do ar.
Fim de missas no Poente
Bênçãos ainda são
Luz branca e cinzas
entre
Terra e coração
Saem os fiéis p'la
aberta
Porta da paisagem que
deserta...
... Sinos sem perdão...
FERNANDO PESSOA, 27 DE
MARÇO DE 1914
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