SACADURA CABRAL
No frio mar do alheio
norte,
Morto quedou.
Servo da Sorte infiel
que a sorte
Deu e tirou.
Brilha alto a chama que
se apaga.
A noite o encheu.
De estranho mar que
estranha plaga.
Nosso, o acolheu?
Floriu, murchou na
extrema haste;
Jóia do ousar,
Que teve por eterno
engaste
O céu e o mar.
FERNANDO PESSOA,
DEZEMBRO DE 1924
Sem comentários:
Enviar um comentário