Puseram-no contra uma parede
Com os olhos vendados.
Parou um silêncio... Uma sede
Tomou-o... Houve passos afastados...
A casa branca sorria
No seu passado de infância...
No ar sem aroma havia
A sua alegre fragrância...
A mãe a beijá-lo... O arco
A meio do quintal...
Uma voz... A luz no charco
Viu tudo que fez mal...
Depois a cabeça loura,
Os olhos azuis, a voz
Primeiro... à porta....a hora
O seu sorrir, o olhar
Que lhe deu tudo, o instante
Em que se viu debruçar
Fogo... disse o comandante.
FERNANDO
PESSOA, 24 DE JANEIRO DE 1917
Sem comentários:
Enviar um comentário