quarta-feira, 28 de setembro de 2011

FAZ HOJE 85 ANOS



Não torna ao ramo a folha que o deixou,
Nem com o seu mesmo pé se uma outra forma.
O momento, que acaba ao começar
Este, morreu p'ra sempre.
Não me promete o incerto e vão futuro
Mais do que esta repetida experiência
Da mortal sorte e a condição perdida
Das cousas e de mim.
Por isso, neste rio universal
De que sou, não uma onda,senão ondas,
Decorro, inerte, sem pedido, nem
Deuses a quem o faça.


RICARDO REIS, 28 DE SETEMBRO DE 1926

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