Sim,
sei bem
Que
nunca serei alguém.
Sei
de sobra
Que
nunca terei uma obra.
Sei,
enfim,
Que
nunca saberei de mim.
Sim,
mas agora,
Enquanto
dura esta hora,
Este
luar, estes ramos,
Esta
paz em que estamos
Deixa-me
crer
O que nunca poderei ser.
RICARDO REIS, 27 DE SETEMBRO DE 1931
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