As fadas dançam no ermo
Sem ninguém as poder ver -
Nessa clareira sem termo
Que é cercada de esquecer...
Dançam num ritmo diverso
Do que a vida faz e canta,
Que é um poema sem ter um verso
E sem se ouvir nos encanta.
Tal é a dança que a aragem
Interrompe e nos vem dar.
É só ruído da folhagem?
O que fiz foi uma viagem
Ou só não quero sonhar?
FERNANDO PESSOA, 31 DE MARÇO DE 1934
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