'Olá, guardador de rebanhos,
Aí à beira da estrada,
Que te diz o vento que passa?'
'Que é vento, e que passa,
E que já passou antes,
E que passará depois.
E a ti o que te diz?'
'Muita coisa mais do que isso,
Fala-me de muitas outras coisas.
De memórias e de saudades
E de coisas que nunca foram.'
'Nunca ouviste passar o vento.
O vento só fala do vento.
O que lhe ouviste foi mentira,
E a mentira está em ti.'
ALBERTO CAEIRO, POEMA SEM DATA
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