Não me importo com as rimas. Raras
vezes
Há duas árvores iguais, uma ao lado
da outra.
Penso e escrevo como as flores têm
cor
Mas com menos perfeição no meu modo
de exprimir-me
Porque me falta a simplicidade
divina
De ser todo só o meu exterior.
Olho e comovo-me,
Comovo-me como a água corre quando o
chão é inclinado,
E a minha poesia é natural como o
levantar-se o vento...
ALBERTO CAEIRO, 7 DE MARÇO DE 1914
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