(À memória de Soame Jenyns,
lembrado depois do poema escrito)
Às vezes tenho ideias felizes
Ideias subitamente felizes, em
ideias
E nas palavras em que naturalmente
se despejam...
Depois de escrever, leio...
Porque escrevi isto?
Onde fui buscar isto?
De onde me veio isto? Isto é melhor
do que eu...
Seremos nós neste mundo apenas
canetas com tinta
Com que alguém escreve a valer o que
nós aqui traçamos?
ÁLVARO DE CAMPOS, 18 DE DEZEMBRO DE
1934
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