Às vezes sou o Deus que trago em mim
Então eu sou o deus, e o crente e a
prece
E a imagem de marfim
Em que esse deus se esquece.
Às vezes não sou mais do que um ateu
Desse deus meu que eu sou quando me
exalto.
Olho em mim todo o céu
E é um mero oco céu alto.
FERNANDO PESSOA, 3 DE JUNHO DE 1913
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