Não distingo se sou eu
Que estou ouvindo, ou se é
Só um som de água que é meu
Porque está aqui ao pé.
Mas o som de água persiste
Para além de quem eu sou.
Penso: sou dormente e triste.
Oiço: quem fui despertou.
FERNANDO PESSOA, 2 DE OUTUBRO DE 1934
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