Soa na noite de todos
O meu relógio de mim...
O silêncio existe a rodos
E os astros não têm fim.
Há todo o espaço celeste
Para eu nele meditar.
O meu coração é este
Que está em mim a pulsar.
Pobre músculo mortal
Que põe sangue em todo eu...
E o relógio, seu sinal,
Dá horas a todo o céu.
FERNANDO PESSOA, 7 DE OUTUBRO DE 1933
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