O BIBLIÓFILO
Ó ambições!... Como eu quisera ser
Um pobre bibliófilo
parado
Sobre o eterno fólio
desdobrado
E sem mais na
consciência de viver.
Podia a primavera
enverdecer
E eu sempre sobre o
livro recurvado
Sorriria a um arcaico
passado
De uma medieval moça
e qualquer.
A vida não perdia nem
ganhava
Nada por mim, nenhum
gesto meu dava
Com gesto mais ao seu
Amor profundo.
E eu lia, a testa
contra a luz acesa,
Sem nada querer ser
como a beleza
E sem nada ter sido
como o mundo.
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