Eu sou luar sobre mim-mesmo e a
ponte
De repente já tinha soçobrado
Quando voltei o olhar sobressaltado
De não-mim de mais p'ra defronte
Cortejo lento através de ligado
horizonte
Na encosta de lá do único monte
A aldeia, e a vida com seu vário
fado...
Ruíram... Nas mãos alvas como a
tarde
O seu cabelo d'ouro erguido esteve
Como penteando-se com a mão leve...
Sem princípio nem fim ao seu alarde
Ficou o rastro das cruzadas falsas(...)
FERNANDO PESSOA, 3 DE DEZEMBRO DE
1914
Sem comentários:
Enviar um comentário