Na paz da noite, cheia de tanto durar,
Dos livros que li
Que li a sonha, a sentir, a mal meditar,
Nem vendo que os vi,
Ergo a cabeça subitamente estonteada
Do lido e do vão
De ler e vejo que não há paz na noite acabada -
Não no meu coração.
Criança, era outro... Naquele em que me tornei,
Cresci e esqueci.
Tenho de meu agora um silêncio, uma lei.
Ganhei ou perdi?
FERNANDO PESSOA, ABRIL DE 1934
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