Ó mera brancura
Do luar que se esfolha,
Ó rio da alvura
Do luar que te molha
Montanhas que ao longe
Não têm um grito,
Todas um só monge
No claustro infinito
Murmúrio das águas
Que ao luar que as não vê
É sombra, sem mágoas,
Macieza que é
A alma da noite,
A sombra do luar...
Ó nunca eu me afoite
Até não sonhar!...
FERNANDO PESSOA, 25 DE JULHO DE 1916
Sem comentários:
Enviar um comentário