ANÁLOGO
Junta as mãos e reza...
Há no ar tu rezares...
Sinto a alma presa
Do que tu pensares...
Não há a capela
Mas há a paz de crer-te
Só, rezando nela,
E eu sonhar-te é ver-te...
Nada disto é certo...
Sorris
E pairam perto
Nuvens de perfis...
Todos desconheço
A todos amo...
Na bruma me esqueço
E por mim chamo...
Mas cessou o canto
Que me fez sonhar
Este encanto...
Deixa-me não te achar...
FERNANDO PESSOA, 24 DE JULHO DE 1916
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