Montes, e a paz que há neles, pois
são longe...
Paisagem, isto é, ninguém...
Tenho a alma feita para ser de um
monge
Mas não me sinto bem.
Seu fosse outro, fora outro. Assim
Aceito o que me dão,
Como quem espreita para um jardim
Onde os outros estão.
Que outros? Não sei. Há no sossego
incerto
Uma paz que não há.
E eu fito sem o ler o livro aberto
Que nunca mo dirá
FERNANDO PESSOA, 9 DE MAIO DE 1934
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