Passa um
silêncio sobre a erva alta.
Cessam seus
topos de cabecear…
O vento
esconde-se, e a sua falta
Dá uma tristeza
ao ar.
Assim quando
cessou o sentimento
Que fez mover os
cimos do meu ser
Não se me
melhorou o pensamento
E fiquei sem
querer.
Vento que
dormes, ergue-te e caminha!
Emoção tarda,
sente-te e revive!
E a erva volta à
comoção que tinha
E eu ao amor que
tive…
FERNANDO PESSOA,
8 DE AGOSTO DE 1934
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