Oca de conter-me
Como a hora dói!
Pérfida de ter-me
Como me destrói
O meu ser inerme!
O meu ser sombrio!
O minha alma tal
Como se p’lo rio
Do meu ser igual
Sempre a mim, e frio
De nocturno e meu,
Passasse, cantando,
Uma louca, olhando
Dum barco p’ró brando
Silencio do céu.
FERNANDO PESSOA, 4 DE
MAIO DE 1914
Sem comentários:
Enviar um comentário