Nada fica de nada. Nada
somos.
Um pouco ao sol e ao ar
nos atrasamos
Da irrespirável treva
que nos pese
Da húmida terra imposta,
Cadáveres adiados que
procriam.
Leis feitas 'státuas
vistas, odes findas -
Tudo tem cova sua. Se
nós. carnes
A que um íntimo sol dá
sangue, temos
Poente, por que não
elas?
Somos contos contando
contos, nada.
RICARDO REIS, 28 DE
SETEMBRO DE 1932
Sem comentários:
Enviar um comentário