Se eu, ainda que
ninguém,
Pudesse ter sobre a face
Aquele clarão fugace
Que aquelas árvores têm,
Teria aquela alegria
Que as coisas têm de
fora,
Porque a alegria é da
hora;
Vai com o sol quando
esfria.
Qualquer coisa me valera
Melhor que a vida que
tenho -
Ter esta vida de
estranho
Que só do sol me viera!
FERNANDO PESSOA, 16 DE
SETEMBRO DE 1933
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