A luz da tarde está calma,
Sobre o silêncio do lago.
Paira-me à tona d'alma
Um sentimento vago -
Nem alegria nem dor -
Como fanada flor...
Uma esperança caída
Do caule do passado
Uma lembrança esquecida
No olhar resignado
Quasi submersa jaz
Na água onde a luz é paz.
FERNANDO PESSOA, 29 DE MAIO DE 1910
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