Sim, não tenho razão...
Deixa-me distrair-me do argumento
mental,
Não tenho razão, está bem, é uma
razão como outra qualquer...
Se nem creio? Nem sei.
Creio que sim. Mas repito.
O amor deve ser constante?
Sim, deve ser constante,
Só no amor ,é claro.
Digo ainda outra vez...
Que embrulhada a gente arranja na
vida!
Sim, está bem, amanhã trago o
dinheiro.
Ó grande sol, tu não sabes nada
disto,
Alegria que se não pode fitar no
azul sereno inatingível.
ÁLVARO DE CAMPOS, 30 DE OUTUBRO DE 1931
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