O céu, azul de luz quieta...
As ondas brandas a quebrar
Na praia lúcida e completa -
Pontas de dedos a brincar...
No piano anónimo da praia
Tocam nenhuma melodia,
De cujo ritmo por fim raia
Todo o sentido deste dia.
Que bom se isto satisfizesse!
Que certo, se eu pudesse crer
Que esse mar e essas ondas e esse
Céu têm vida e têm ser.
FERNANDO PESSOA, 29 DE MAIO DE 1934
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