Ia elegante, depressa,
Sem pressa e com um sorriso,
E eu, que sinto co'a cabeça,
Fiz logo o poema preciso.
No poema não falo dela
Nem como, adulta menina,
Vira a esquina daquela
Rua que é a eterna esquina...
No poema falo do mar,
Descrevo as ondas e a mágoa.
Leio-o e fico a relembrar
E uma figura a virar
A esquina chora-me na água.
FERNANDO PESSOA, 14 DE AGOSTO DE 1932
Sem comentários:
Enviar um comentário