Vossa formosa juventude leda,
Vossa felicidade pensativa,
Vosso modo de olhar a quem vos olha,
Vosso não conhecer-vos -
Tudo quanto vós sois, que vos
semelha
À vida universal que vos esquece
Dá carinho de amor a quem vos ama
Por serdes não lembrando
Quanta igual mocidade a eterna praia
De Cronos, pai injusto da justiça,
Ondas, quebrou, deixando à só
memória
Um branco som de espuma.
RICARDO REIS, 2 DE SETEMBRO DE 1923
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