ATHENA
Só tu consolas e só tu
não mentes,
Senhora do artifício
natural,
Certa, na inteligência,
do que sentes
Tendo só por ideal o que
é real.
Em vão as ondas do
Tirreno falam
Na praia ao nosso ouvido
que ilude,
No ar da noite numa sonolência;
Tu conheces a lei porque
resvalam,
Sabes os ritmos que têm
em (...) rude,
Senhora do silêncio e da
ciência.
FERNANDO PESSOA, 6 DE
MAIO DE 1919
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