Lenta, descansa a onda que a maré
deixa.
Pesada cede. Tudo é sossegado.
Só o que é de homem se ouve.
Cresce a vinda da lua.
Nesta hora, Lídia ou Neera ou Cloe,
Qualquer de vós me é estranha, que
me inclino
Para o segredo dito
Pelo silêncio incerto.
Tomo nas mãos, como caveira, ou
chave
De supérfluo sepulcro, o meu
destino,
E ignaro o aborreço
Sem coração que o sinta.
RICARDO REIS, 6 DE JULHO DE 1927
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